Design estratégico: 15 fundamentos que todos precisam saber e aplicar
Se você quiser performar melhor e mais rápido com a marca do seu negócio, você precisa internalizar hoje mesmo as diretrizes a seguir para conduzir, de maneira assertiva, a execução do design.
O design sempre teve o papel de resolver questões, solucionar problemas, encantar nas experiências e, quando falamos sobre branding, o design tem o papel de tangibilizar o posicionamento de marca. Com a evolução da tecnologia, o design se torna imprescindível para as empresas. Com frequência, recebo solicitações de recomendações de designers e por isso escrevi o artigo: Designers: Níveis de Senioridade. Neste artigo, expliquei sobre a progressão profissional de um designer.
Hoje, já não bastam apenas as hard skills (competências técnicas). As soft skills (competências comportamentais) são fundamentais. Um designer que se destaca, é aquele que consegue ligar os pontos e trazer equilíbrio entre ambos os lados. No artigo de hoje, quero dividir sobre pilares imprescindíveis que acreditamos que todo designer precisa trabalhar, principalmente aqueles que vão cuidar do posicionamento de alguma marca.
O que faz falta
A grade curricular acadêmica traz pouca conexão com negócios e acaba não preparando os profissionais para ingressarem no mercado de trabalho e muito menos para trabalhar com Branding. O fato dos designers não contarem com esta base resulta em gargalos do que o profissional poderia realizar: ajudar as empresas a venderem mais e melhor ou solucionar algum problema.
Gosto muito da correlação de um designer com um piloto. No fundo, designers se tornam bons quando possuem mais horas de voo. E aqui quando me refiro a horas de voos me refiro à prática, quantidade de projetos, quantidade de vezes que um designer solucionou algo para uma empresa de maneira visual ou que conseguiu sintetizar alguma mensagem ou executar alguma experiência para a marca.
Muitas vezes também, os designers executam algo sem questionar o porquê estão fazendo o que estão fazendo. Isso os leva a uma execução meramente visual e sem objetivo ou função. O problema é que a execução acaba caindo no "o que" (tarefa) tem que ser feito e não no "porquê" tem que ser feito (objetivo do business, gerar valor, posicionamento, resultados a longo prazo).
O que levar em consideração então
1. Visão de Negócios
Ter uma visão macro de negócios é fundamental para qualquer designer que deseja se destacar. Negócios nascem para crescer, dar lucro, prosperar, e não tem como falar de crescimento sem falar de vendas e o design pode trazer resultados significativos para o business. Já falamos sobre o impacto do design nos negócios no artigo: Design de identidade da marca: 2x a receita e retorno aos acionistas e Métricas de Design: tudo o que você precisa saber. Além destes conteúdos, minha provocação é que o designer busque por alguma base sobre modelo de negócios, sobre ter uma compreensão do produto ou serviço que a empresa entrega, sobre ter uma base sobre comunicação e marketing. Sem isso, o impacto que o design pode trazer não virá.
Se você está criando algo, você está vendendo algo. Seja um conceito, uma ideia, um posicionamento, um produto, o que está sendo criado está transmitindo uma mensagem e aqui é fundamental se fazer a seguinte pergunta: O que foi criado, comunica o que o negócio precisa que comunique? Sublinhei a palavra de propósito porque no design existe o apego e muitas vezes o resultado não está em linha com a necessidade e aí a reflexão é fundamental. Também é importante frisar que é preciso ir atrás das informações da empresa com a qual se está trabalhando. O designer precisa ter um papel ativo de reunir e ler tudo que é necessário para compreender melhor o business.
2. Metodologias
Metodologias trazem método, processo, etapas e o mais importante: entregam benefícios como um norte para que a execução ocorra de forma organizada, com clareza, excelência e sem stress, além de abrir as possibilidades e caminhos para o processo criativo. No design, uma das metodologias mais conhecidas é o Design Thinking que já temos um artigo escrito aqui. As metodologias costumam ser organizadas em frameworks e estes alinhados são muitas vezes resumos práticos e visuais para memorizar as etapas. Na Allídem, nos apoiamos muito nas metodologias ágeis como o Scrum que bebe do sistema Toyota de produção e nas técnicas de aviação. Dois frameworks que usamos bastante são o PDCA (Plan, Do, Check, Act) e o OODA (Observar, Orientar, Decidir, Agir).
3. Curiosidade
A curiosidade e a atualização são fundamentais em um mundo em constante transformação. Hoje, o design está cada vez mais se tornando uma ferramenta imprescindível nas áreas de tecnologia que estão constantemente evoluindo. Vemos isso com as IA’s sendo utilizadas em processos de design, além de novas metodologias sendo desenvolvidas constantemente. Estar por dentro das tendências e novidades faz do designer um pioneiro na sua equipe.
4. Processo
Pensar em processo é como pensar em construir um relógio. O designer que fica na posição de falar as horas, está se posicionando como um designer executor. Já o designer que pensa em construir o relógio está pensando na eficiência e na geração de valor. Os processos trazem eficiência para o processo de pesquisa, de criação, de execução. O designer que documenta aquilo que executa, escala o poder da marca. Ele resolve o problema para todos que vão precisar daquilo no futuro. Seja num brandbook, BrandSystem, design system, etc
5. Planejamento
O planejamento em checklists ajuda a dar clareza sobre o caminho que precisa ser percorrido. O problema aqui é que muitos já saem para execução sem antes listar tudo que deve ser feito do começo ao fim.
6. Hierarquia de Informação
A hierarquia da informação é importante para tudo, inclusive, ao elencar uma metodologia, a hierarquia da informação ajuda a organizar o que é prioridade. Já no caso do design, a hierarquia diz respeito aos aspectos visuais e como eles devem ser priorizados e organizados. A hierarquia de informação dá clareza do que é mais importante apresentar em primeiro lugar, em segundo lugar, em terceiro e por aí vai. Vale ressaltar que o cérebro humano memoriza em primeiro lugar as cores, depois os ícones, na sequência as imagens, e por último os textos. Assim, tratando-se de qualquer criação de qualquer empresa, o color code ou código de cores da marca devem ser seguidos à risca para gerar reconhecimento. Leia mais sobre Hierarquia da informação em nosso artigo exclusivo sobre o tema, clicando aqui.
7. Empatia
A empatia é o ato de se colocar no lugar do outro. Já falamos que o design existe como uma ferramenta para solucionar problemas e, sem empatia, não conseguimos sequer identificar o problema a ser resolvido. Por isso, é fundamental se questionar: O trabalho de design que está sendo feito, resolve o problema do outro? O design gera conexão com o outro? Comunica a necessidade do negócio? Embasa o posicionamento? Trazer questionamentos que provocam a empatia do que está sendo criado ajuda na assertividade e resolutividade do problema.
8. Repertório
O repertório é fundamental para ter ideias. Na Allídem defendemos que o repertório se adquire a partir de experiências prévias, de vivências realizadas, de conexões, e claro, a partir de muita observação. A falta de repertório limita a criação. E o repertório não necessariamente precisa estar conectado ao design em si. Com a tecnologia e a internet, designers tendem a ampliar seu repertório pela internet, mas o mundo físico está cheio de oportunidades para ampliar o repertório. Conhecer a cidade, seus pontos turísticos, os principais polos de varejo, comércio e cultura já são ótimos locais para ampliar o repertório. A primeira etapa do método OODA é a observação e este ato é fundamental para ampliar o repertório.
9. Referências
A referência tem um critério diferente do repertório. A referência é como se fosse um índice ou filtro. Ela tem o papel de identificar o que é bom ou o que é ruim. Ao criar, é fundamental olhar para as referências do mercado com o objetivo de entender como os outros se posicionam, se apresentam, se comportam. Saber ter a leitura do que é bom ou o que é ruim para um determinado projeto também é importante. Designers que possuem a capacidade de coletar boas referências, tendem a ter a capacidade de realizar execuções mais certeiras e mais rápidas. Vale reforçar que as referências farão parte do que representa o repertório de uma pessoa. É importante ter em mente que olhar para referências não necessariamente significa pegar aquilo para copiar, mas sim para se inspirar, para buscar aprimoramento e fazer melhor. Ou no caso de referências ruins ter a clareza do que não deve ser feito.
10. Experimentação
O conceito de experimentação é um dos aspectos da metodologia ágil que provoca a entrega de valor com mais rapidez e eficiência.
Para inovar é preciso testar, errar, aprimorar. Por isso, todo designer precisa sempre experimentar. Testar diferentes caminhos e possibilidades e aqui quando me refiro a possibilidades me refiro a quantidade e velocidade. Embora estejamos cada vez mais imersos no mundo digital, desenhar no papel é muito importante pois permite ainda mais velocidade para transmitir alguma ideia. Criar a partir de alguma referência também ajuda a verificar se o caminho que se idealizou faz sentido.
É melhor fazer 10 ideias rápidas para escolher depois uma e aperfeiçoar do que ficar travado em uma única ideia. Este talvez seja um dos maiores problemas no processo criativo: o apego às primeiras ideias. A experimentação é o caminho que leva à prática e a prática resulta em objetividade, assertividade, velocidade.
11. Estética
A estética vem do grego e representa os fundamentos do que é belo. Traz critérios de simetria, composição, ordenação, equilíbrio. No design, todos estes critérios são fundamentais para uma criação harmônica. Compreender o universo estético do público alvo é imprescindível para que exista alinhamento. O Design Gráfico ou Digital, pede a harmonia pela escolha das cores, imagens, grafismos, fontes, texturas, luz e sombra entre vários outros pontos que irão elevar a percepção de valor da marca.
12. Sinergia com a marca
Existem coisas tão básicas que vejo constantemente os designers esquecerem e são estes pequenos detalhes que trazem a sinergia. Alguns exemplos: criar uma peça que não tenha presente a principal cor da marca, alguma peça que não tenha nenhum detalhe que gere reconhecimento como um ícone, uma textura, ou uma cor secundária da marca. Às vezes, o designer cria uma textura linda que tem um significado para a marca, mas esquece de trazer ela em um ponto de contato como por exemplo uma página do produto da marca.
13. Atenção aos detalhes
Existe aquela frase de que o diabo mora nos detalhes e no design, os detalhes muitas vezes são os responsáveis por trazerem o fator UAU e a sinergia com a marca. Os detalhes estão nos padrões. Se atentar à diagramação dos textos, à maneira como a escrita ficará disposta, alinhamento das fontes, entrelinhas, padronizações entre caixa alta e baixa e por aí vai. Existem critérios básicos que muitas vezes são passados despercebidos e aqui também vale a reflexão: Repassei o que foi criado a ponto de olhar os detalhes e verificar se tudo ficou UAU?
14. Vendas
Todo designer precisa entender que vendas é a ponte entre um conceito, um racional, uma ideia e um resultado final, um projeto. É fundamental saber defender o que foi executado com embasamento. Na Allídem, chamamos isso de defesa. Se um designer criar algo, ele precisa ter a capacidade de defender aquilo que ele executou para assim persuadir os demais na equipe fazendo todos chegarem a conclusão de que o que foi feito é o melhor caminho. Aqui não estou falando de aspectos técnicos como acabamento (isso presumo que seja o básico que um designer precisa entregar). Estou falando de aspectos macros como defender o universo visual de uma marca e justificar por que ele é melhor para o business do cliente.
15. Colaboração
A Colaboração e o trabalho em equipe é fundamental para o crescimento individual. Muitos designers têm um perfil mais introspectivo e tendem a se fechar eliminando a possibilidade da troca. Para ter real impacto na empresa e na marca, o designer precisa colaborar e trocar com todos os departamentos. Entender sobre as necessidades do Marketing, do Atendimento, de Vendas e etc. é importante para dar ideias. O Design é uma peça fundamental para a construção da marca uma vez que impacta a empresa como um todo, mas isso é impossível sem que exista a interação e colaboração. O designer precisa se ver como um advogado do design e da marca dentro da empresa, vendendo e defendendo o design e a marca.
Sem a prática nada disso acontece
Bom, com estes pontos como norte, o trabalho de design se torna mais sólido e robusto. É claro que não adianta saber de tudo isso e não colocar isso em prática sempre com disciplina e constância. O mercado está cheio de designers que têm muito conhecimento mas pouca prática e no final as horas de voo contam muito para se conseguir entregar um design estratégico. Se você chegou até o final desse artigo, certamente colheu munições para conduzir a gestão do design estratégico da marca do seu negócio e vai obter muitos benefícios ao compartilhar esses pilares com seu time ou profissional que executa no dia a dia o design.
A Allídem lidera uma metodologia para desbloquear o potencial da marca e trazer resultados em todas as áreas da empresa. Juntos podemos te ajudar a construir o posicionamento da marca para conectar com o emocional de seus clientes, potencializar sua marca no mercado e impulsionar os resultados de vendas.
Acesse o nosso site e conheça mais sobre essa metodologia que está impactando o mercado da nova economia.