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Os cinco mindsets de como ser um bom gestor de marca empregadora

Escrito por Stéfano Helou Frontini | Mar 8, 2023 1:00:00 PM

Stéfano Helou Frontini é sócio da Allídem e representa a divisão de estratégia de negócios, cultura, produtividade e liderança para projetos de posicionamento e construção de marca junto a empresas de tecnologia ou aquelas que buscam digitalizar. Tem um Instagram profissional também em que fala sobre os temas, conheça-o clicando aqui.

Primeiros passos do mindset executivo para não dar voltas

De acordo com o conceito do especialista em liderança, Simon Sinek, o chamado Golden Circle é o primeiro passo que qualquer empreendedor ou gestor refletir e entender antes que começar qualquer projeto. É um método fundamental para dar clareza sobre a base de tudo, o propósito da marca, o porque você acorda todos os dias para faz acontecer. Este método deve ser aprofundado e respondido com muita profundidade, para ser efetivo, exigê um autoconhecimento e tranquilidade para responder. Já posso lhe afirmar que é justamente no primeiro passo que muitas empresas erram, não dão bola e fazem de forma superficial. A consequência? Empresas chegam a refazer este método anualmente ou a cada subida de degrau na empresa. Por isso que recomendo sempre o envolvimento de profissionais da área, especialistas em marca, porque este processo é o primeiro para se construir uma marca com consistência.

Ele diz que, ao iniciar um projeto, deve-se perguntar três perguntas profundas e mágicas em uma ordem bem específica. São elas:

  1. Por quê?
  2. Como?
  3. O que?

Exatamente nesta ordem, ok? Dessa forma, o objetivo é através do propósito criar um mindset macro que vai orientar a empresa e suas equipes a criarem qualquer produto ou serviço que estejam alinhados ao propósito da marca. Assim, vão chegar no valor explícito antes mesmo de comunicar qual é a mensagem final da empresa, de seus produtos. O porquê você faz vem sempre antes do que você faz,  "People by why you do it". Pessoas compram produtos e serviços de acordo com o porque você os entrega, compram propósito, o produto ou serviço é a consequência. Na Allídem, aplicamos sempre o Golden Circle em nossos workshops e treinamentos corporativos.

Mesmo assim, a pergunta que mais nos fazemos diz respeito ao meio do Golden Circle: o C
omo. Exemplo: Como é feita a gestão de organizações exponenciais? Gerir é uma tarefa extremamente complexa, demanda perfil e muito treino. Para bater qualquer meta, a gestão do time é primordial, leia mais sobre neste artigo que marquei da Nathalia Frontini. 

Em 2003, dois estudiosos publicaram na Harvard Business Review, o texto “The Five Minds of a Manager”, que traz cinco mindsets que eles identificaram como necessários quando davam aulas de MBA para executivos. Para eles, a arte de gerir mora na intersecção entre a ação e a reflexão: reflexão sem ação é passividade, enquanto ação sem ação é imprudente. Os cinco mindsets de como ser um bom gestor que me ajudaram a entender sobre o assunto e performar muito bem, são:

  • Mindset reflexivo: a habilidade de parar e pensar – de ver as coisas de uma perspectiva de dentro para fora

Em seu livro “Regras para radicais”, Saul Alinsky, conhecido como pai dos métodos modernos de organização comunitárias, afirma que “Acontecimentos tornam-se experiências quando são digeridos, quando há reflexão sobre eles, são relacionados a padrões gerais e sintetizados”. E daí surge a questão: quanto tempo um executivo tem para tornar acontecimentos em experiências? 

Muito embora as empresas não precisem das chamadas “pessoas espelho”, que tornam todos os acontecimentos uma reflexão pessoal, elas tão pouco precisam de “pessoas janela”, pelas quais a experiência do outro só atravessa sem ensinar, causar empatia ou gerar insights. Precisam de gestores capazes de executar os dois. Em latim, “refletir” significa redobrar-se, ou seja, olhar para dentro para que se possa olhar para fora com a capacidade de mudança de perspectiva – um produto, um serviço, um design, uma experiência do usuário. Além disso, ao desenvolver a capacidade de mudar a perspectiva, um gestor passa a poder respeitar etapas da história do dia-a-dia. Isto é, respeitar não só as grandes mudanças e disrupções, mas o poder da história do dia-a-dia das organizações. É preciso apreciar o passado se desejar usar o presente para um futuro melhor. 

Muitos de nós entramos na inércia e deixamos de fazer exercícios que nos ajudem a para e refletir se o que estamos fazendo é realmente game change, capaz de virar o jogo. Apenas parando e limpando nossa mente que conseguimos pensar fora da caixa, entender o que esta se passando dentro de casa e passar a enxergar o que não vemos. Assim se tornará mais fácil diagnosticar os problemas com seus liderados para então motivar-los e olhar para fora, para nossos clientes. Sugiro 1x por semana trabalhar de um ambiente totalmente diferente e criar o exercício de falar com pessoas de outras empresas e até mesmo outros mercados.

  • Mindset colaborativo: a habilidade de trabalhar em equipe – não só como chefe mas como líder

No mundo ocidental, é comum que pessoas sejam vistas como ativos pelas empresas. Isto é, um recurso que pode ser comprado, vendido e movido pela organização. Esse não é o mindset colaborativo. O mindset colaborativo é sobre não ver a tarefa como gerir pessoas, mas sim, gerir relações entre pessoas. Sugiro a leitura de um super artigo nosso sobre cultura organizacional, clicando aqui.

Ainda, vale dizer que o mindset colaborativo implica em uma quebra no conceito heróico do gestor que salva o andamento de uma tarefa, e passa a ser um gestor que opera de forma a engajar mais seus colaboradores para resolverem por si só e ao invés de trazem um problema, trazerem sempre uma solução. O como parece simples mas é muito pouco posto em prática, por isso que o líder deve passar o mindset para seus liderados para que eles entendam como atuar com autonomia:

  • Ouvir mais do que falar 
  • Permitir que os colaboradores assumam o controle entendendo os valores da empresa e o mindset de gestão. Sugiro a leitura sobre valores de uma marca, clicando aqui.
  • Gerar colaboração entre equipes. Colaboradores atuando como equipe e não individualmente. Estimule que o time se ajude.

O mantra aqui é “sonhamos, logo fazemos”, é a chamada liderança de fundo. Não é sobre comandar o exército do trono, mas sobre lutar lado a lado com os soldados, sendo o exemplo e garantindo que eles andem por si só. O mindset colaborativo implica estar dentro e envolvido, e gerir dessa posição.

  • Mindset analítico: a habilidade de decomposição sistemática das atividades da organização

Tudo é simples se desconstruído. A verdade sobre a análise é que ela pode ser feita em diversos contextos: análise de mercado, análise de benchmarks, análise de concorrência, análise 360º da equipe, e, especialmente, análise organizacional. Somente decompondo a empresa é que é possível compreender toda a sua complexidade. A análise permite a compreensão de qual é o “drive” de uma empresa, bem como a mensuração de sua performance nessa direção, e é dela que surge a divisão do trabalho.

A pergunta é: Como um gestor pode ser capaz de ver além da análise óbvia e essencial?

A análise profunda não é sobre simplificar o processo de tomada de decisões complexas, mas sim, sobre fundamentá-lo de forma a manter a capacidade da organização de agir. Logo, é necessário ir além e saber não só as respostas, mas sim, as perguntas certas. A chave do mindset analítico é não ser o marketer que estuda a buyer persona sem ter a venda em vista, em outras palavras, é apreciar os resultados sem perder o foco da ação.

  • Mindset contextual: a habilidade de estabelecer uma conexão entre a empresa e os vários “mundos” que a cercam –  a indústria, o setor, as culturas…

O mindset contextual pode ser resumido em mudar a percepção de mundo. É sobre andar com os sapatos dos clientes, colaboradores e stakeholders locais. Dentro do escritório é impossível ter noção do contexto mundial. O mundo é interdependente, similar e muito diferente ao mesmo tempo. Na Índia, um executivo vai ao trabalho em um carro bom e novo, como qualquer executivo vai a Faria Lima, entretanto, ele lida com a densa camada de poluição de Nova Delhi, as vacas no meio do trânsito de tuk tuks, carros, pessoas e motos –  para ele, esse é só o fluxo das coisas, enquanto para nós, é uma experiência completamente diferente da realidade. Muito embora ambos sejam de países emergentes, e ocupam cargos iguais em suas devidas empresas.

Gestores de marca empregadora precisam intermediar o encontro entre sua empresa e o contexto dos mundos onde habita. Não é só sobre entender como os mercados se diferenciam, mas sobre entender sobre seus consumidores independente de quão remoto e específico seu contexto for.

  • Mindset da ação: a habilidade de direcionar a ação conjunta

O mindset da ação é sobre a consciência do caminho e de como manter o time se movendo na mesma direção, juntos. Mudança e ação não são conceitos que necessitam vastas explicações, mas há muito sendo feito sem o primeiro passo: a reflexão. As pessoas cobram a mudança de forma ágil e veloz. O mundo diz o tempo todo que devemos estar atentos às mudanças constantes. Mudar ou então ficar para trás.

Embora evoluções sejam feitas em base diária, mudanças e disrupções acontecem de forma muito mais rara. Além disso, mudanças acontecem desde que o mundo é mundo, o mundo não está mudando de forma constante agora, ele muda de forma consistente desde o início dos tempos. O mindset da ação requer um pouco de humildade para agir, e de consistência. É sobre saber o que mudar e o que manter.

Ação e reflexão devem se contrabalancear de forma contínua. Ação requer colaboração. Reflexão requer análise e percepção de contexto. E, assim, a combinação dos mindsets pode ajudar um executivo a alavancar sua forma de pensar, seu time, seu ambiente e seu negócio. Para saber mais como ser um bom gestor de marca empregadora leia este artigo.

Saiba mais sobre como destravar todo o potencial da sua marca, fortalecer seu Branding, alinhar sua equipe e vender mais conhecendo a Allídem. Juntos podemos te ajudar a construir o posicionamento da marca da sua empresa para conectar com o emocional de seus clientes, potencializar sua marca no mercado e impulsionar os resultados de vendas. Recomendo também a leitura  de um dos nossos principais projetos, o relatório com os Resultados da 1ª Pesquisa no Brasil sobre posicionamento de marca e gere valor para a sua marca. 

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