Stéfano Helou Frontini é sócio da Allídem e representa a divisão de estratégia de negócios, cultura, produtividade e liderança para projetos de posicionamento e construção de marca junto a empresas de tecnologia ou aquelas que buscam digitalizar. Tem um Instagram profissional também em que fala sobre os temas, conheça-o clicando aqui.
Como co-fundador da Allídem, empresa que trabalha na construção de marcas de tecnologia e inovação, tenho acompanhado de perto as transformações que ocorrem no mundo dos negócios. Uma das principais mudanças que tenho observado é a importância crescente do mindset, ou seja, da mentalidade que as pessoas têm em relação ao trabalho e à vida.
O que é mindset? Em poucas palavras, o mindset é a maneira como enxergamos o mundo e interpretamos as situações que vivenciamos. Ele é influenciado por nossos valores, crenças, experiências e visão de mundo. E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, ele pode ser moldado e desenvolvido ao longo do tempo.
Quem estudou o mindset e escreveu um livro sobre o tema foi a psicóloga Dra. Carol Dweck. Ela é uma renomada psicóloga da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e é conhecida por suas pesquisas sobre a psicologia do desenvolvimento e do sucesso. Em seu livro "Mindset: A nova psicologia do sucesso", a Dra. Dweck apresenta sua teoria do mindset, que é a crença fundamental sobre as habilidades e a inteligência de uma pessoa. Ela argumenta que existem dois tipos de mindset: o mindset fixo, que acredita que as habilidades e a inteligência são características fixas e imutáveis, e o mindset de crescimento, que acredita que as habilidades podem ser desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo. A obra de Carol Dweck tem sido amplamente aclamada e influenciou muitas áreas, como educação, negócios e esportes, fornecendo insights valiosos sobre como o mindset pode afetar o desempenho e o sucesso nas diferentes áreas da vida.
O mindset é uma das principais forças que moldam a cultura organizacional de uma empresa. Ele influencia como as pessoas se relacionam entre si, como encaram desafios e dificuldades, e como trabalham em equipe. Um mindset positivo e construtivo pode aumentar a produtividade, a criatividade e a eficiência de uma equipe, enquanto um mindset negativo e limitante pode prejudicar o desempenho da equipe como um todo.
Além disso, o mindset pode ser um fator determinante no sucesso ou fracasso de uma empresa. Empresas que valorizam o aprendizado contínuo, a inovação e a adaptabilidade, por exemplo, têm mais chances de se adaptar às mudanças do mercado e de se destacar da concorrência.
Desenvolver um mindset positivo e construtivo começa por entender nossos próprios valores, experiências e visão de mundo. Quando compreendemos esses elementos, podemos identificar nossas crenças limitantes e trabalhar para substituí-las por crenças mais construtivas e positivas.
Uma maneira de fazer isso é por meio da prática do Scrum (leia mais sobre), uma metodologia ágil de gerenciamento de projetos que utiliza uma estrutura própria. Essa metodologia incentiva a equipe a se auto-organizar e a trabalhar de forma colaborativa e iterativa, o que pode ajudar a desenvolver um mindset positivo e construtivo.
Além disso, o Scrum também incentiva a inspeção e adaptação regular, o que significa que a equipe deve revisar suas práticas regularmente e buscar constantemente maneiras de melhorar. Essa prática de aprendizado contínuo pode ajudar a desenvolver um mindset de crescimento, no qual as pessoas encaram desafios como oportunidades de aprendizado e crescimento. Para botar em prática o método Scrum, recomendo a leitura sobre os 7 passos do Scrum, clicando aqui.
O mindset tem um impacto significativo na cultura organizacional de uma empresa. Empresas que valorizam a colaboração, a inovação e o aprendizado contínuo tendem a ter uma cultura mais positiva e construtiva, na qual as pessoas se sentem valorizadas e engajadas. Por outro lado, empresas que valorizam apenas o resultado final, sem se preocupar com o processo ou com o bem-estar das pessoas, tendem a ter uma cultura mais negativa e tóxica.
É importante lembrar que o mindset é uma força que molda a cultura organizacional de forma constante. Por isso, é fundamental que as lideranças estejam atentas ao mindset da equipe e trabalhem para desenvolver uma mentalidade positiva e construtiva. Isso pode ser feito por meio de treinamentos, workshops e outras iniciativas que incentivem a reflexão e a mudança de hábitos.
Para exemplificar as diferenças entre dois tipos de mindset, trouxe o exemplo do mindset de abundância e o mindset de escassez. Vamos imaginar dois colaboradores em uma empresa:
O mindset de cada colaborador pode impactar significativamente sua produtividade e entrega de resultados. O colaborador 1, com seu mindset de abundância, tende a ser mais colaborativo, criativo e inovador. Ele se concentra em buscar soluções que beneficiem a equipe como um todo e não apenas ele mesmo. Esse colaborador tem uma mentalidade mais positiva e está sempre procurando maneiras de crescer e se desenvolver. Por outro lado, o colaborador 2, com seu mindset de escassez, tende a ser mais egoísta e menos colaborativo. Ele se concentra em sua própria carreira e tende a ver a equipe como uma ameaça, em vez de um recurso. Esse colaborador pode ter uma mentalidade mais negativa e estar sempre preocupado em proteger seu próprio território.
Em geral, um mindset de abundância tende a ser mais produtivo e eficaz do que um mindset de escassez. Isso ocorre porque um mindset de abundância incentiva a colaboração e a inovação, enquanto um mindset de escassez tende a levar à competição e à proteção do território. As empresas que valorizam o mindset de abundância tendem a ter uma cultura mais positiva e produtiva, enquanto aquelas que valorizam o mindset de escassez tendem a ter uma cultura mais negativa e tóxica.
Em resumo, o mindset é uma das principais forças que moldam a cultura organizacional de uma empresa. Ele influencia como as pessoas se relacionam entre si, como encaram desafios e dificuldades, e como trabalham em equipe. Empresas que valorizam um mindset positivo e construtivo tendem a ter uma cultura mais positiva e produtiva, enquanto empresas que valorizam um mindset negativo e limitante tendem a ter uma cultura mais negativa e tóxica.
Desenvolver um mindset positivo e construtivo começa por entender nossos próprios valores, experiências e visão de mundo. A prática do Scrum pode ser uma maneira eficaz de desenvolver esse mindset, uma vez que incentiva a equipe a se auto-organizar, a trabalhar de forma colaborativa e interativa e a buscar constantemente maneiras de melhorar mas lembre-se que muitas pessoas podem ter crenças enraizadas que quando desalinhadas com a empresa, podem prejudicar a construção de cultura. Nos próximos artigos vou falar mais sobre crenças, mindset fixo e mindset de crescimento.