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Marca empregadora: a função do poder nas organizações

Escrito por Isabela Accorsi Gianini | Jun 17, 2021 10:01:00 PM

Não basta apenas contratar pessoas, a gestão de pessoas é fundamental

Há nas empresas, um movimento de redução de pessoas em prol de tornar o processo mais simples, mais eficaz. Há, ainda, um movimento por parte dos gerentes e executivos de juntarem-se a empresas menores em busca de ambientes com menor dinâmica de poder e menor incidência de problemas de natureza política. Afinal, quanto mais gente, mais problemas de compensação, incentivo, monitoramento, seleção, treinamento, e etc, para as empresas e maiores as “politicagens” que tornam o dia-a-dia do funcionário mais complexos, certo? Não necessariamente. 

Para estudiosos de gestão e comportamento organizacional como Pfeffer e John Gardner (Harvard Business), ao evitar lidar com os problemas de gestão de pessoas em grandes organizações e as dinâmicas de influência e poder, cria-se um problema organizacional sistêmico ainda maior: a quase treinada ou produzida incapacidade de alguém que não tenha um cargo de diretor de agir e fazer acontecer. 

Quantos líderes sofrem com o velho problema de falta de iniciativa e protagonismo de seus funcionários, e quantos gerentes não deixam de falar o que estão vendo, mesmo que seja essencial para a sobrevivência da empresa? A compreensão de que a habilidade de colocar a mão na massa é tão importante quanto saber o que fazer – isto é, o operacional é tão importante quanto a liderança -, é um elemento fundamental para o sucesso de qualquer organização. Vale ressaltar que, na maior parte dos casos, o problema enfrentado pouco tem a ver com falta de insights ou inteligência organizacional, mas sim com a passividade.

No evento INBOUND, promovido pela nossa parceira, Hubspot, em 2020, o apresentador e comentarista político do CNN, Van Jones, descreveu o caso como “The Awesome People Problem”: muitas pessoas com potencial de gerar mudanças reais e incríveis no mundo e nas organizações, simplesmente não sabem como fazer acontecer – ou, em alguns casos, são aversas ao poder e, assim, fogem da liderança. 

Liderança envolve a habilidade e a vontade de desenvolver a influência, e exercer o seu poder nas organizações através de liderados

E o que é poder?  “Poder: a energia básica para iniciar e sustentar a ação, transformando intenção em realidade, a qualidade sem a qual líderes não podem liderar (…) poder é o elemento mais necessário e mais desacreditado do processo humano (…)” essa é a definição feita pelos estudiosos americanos, Bennis e Nanus.

Ainda, segundo o ex-presidente americano, Richard Nixon: “um líder deve lidar com as pessoas e as nações como elas são, e não como elas deveriam ser. Como resultado, as qualidades requisitadas para um líder não são necessariamente as que nós queremos que nossos filhos possuam – a não ser que queiramos que eles sejam líderes”.

É impossível negar que poder é necessário para a liderança, mas ainda assim, somos, como sociedade, ambivalentes em nossa relação com o poder, o que pode ser explicado por alguns fatores:

  • Pode ser que os fins não justifiquem os meios, mas tão pouco os descredibiliza, conforme fomos ensinados. Poder e processos políticos, nada mais são do que um importante processo social frequentemente necessário para alcançar metas em sistemas interdependentes.
  • Na escola, aprendemos que se formos bem em nossas matérias, pouco importa o sucesso do outro. Entretanto, em organizações o sucesso de um depende diretamente e indiretamente do sucesso do outro. É um esporte de equipe;
  • Somos ensinados que há um certo e um errado, quando a vida é, na verdade, um compilado de problemas de dimensões diversas que causam certos e errados dependendo da perspectiva de quem avalia e em qual horizonte de tempo;

Por fim, podemos dizer que para que todos assumam uma atitude de liderança nas organizações, é necessário que tanto líderes quanto equipes entendam que poder nas organizações é, acima de tudo, uma responsabilidade. A aversão ao combustível da mudança precisa deixar existir tanto top-down e bottom-up. Como muitas relações interdependentes, essa é uma relação diretamente proporcional de benefícios mútuos.

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